terça-feira, 27 de novembro de 2007

_Quatro décadas depois do subversivo Plano das Bicicletas Brancas mostrar que alguns problemas só existem porque poucos lucram muito com os transtornos de todos, a idéia de espalhar bicicletas de uso público pelas cidades começa a virar lugar comum na Europa.
No último domingo (15), entrou em funcionamento na capital francesa o Vélib, um serviço de bicicletas de uso público. São 10.600 veículos a propulsão humana espalhados em 750 pontos de Paris. Até o final do ano, serão 20 mil magrelas em 1451 locais.Pode ser coincidência, mas a meta do sistema parisiense é a mesma reivindicada pelos holandeses do Provos há mais de 40 anos.
_Três anos antes de Paris viver o efervescente maio de 68, o coletivo provocativo de Amsterdam bagunçou as mentes conservadoras ao sugerir que as autoridades comprassem 20 mil bicicletas por ano e as disponibilizassem para o uso de todos os cidadãos.
"A idéia era que estivessem permanentemente disponíveis nas ruas para uso gratuito do cidadão comum, e que este as deixasse para o usuário seguinte quando cumprisse seu trajeto.O plano foi copiado, com sucesso, ao redor do mundo: Estocolmo, Oxford, Berkeley. Em Amsterdam, os próprios Provos espalharam bicicletas pela cidade, e simpatizantes da causa começaram a levar as suas para serem pintadas de branco nas reuniões semanais.Os policiais confiscaram as bicicletas comunitárias com a ridícula justificativa de que, como não tinham dono, representavam um estímulo ao roubo; e começaram a reprimir os encontros da Spui com progressiva violência, transformando-os em choques em praça pública."

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