sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Ele passeava de bicicleta com a namorada sem dar confiança para ninguém nem mesmo para o seu primo do meio - o bonitão da familia...

Ele e Ela bonita demais - estranhamente - passeavam de bicicleta despretensiosamente, numa calma que daria inveja em qualquer um neurótico, e , até mesmo e porque não, naqueles que fingem ser muito calmos.
Então vamos lá: o trânsito não lhe decidia ir pela rua ou pela calçada ameaçando ou sendo ameaçados pelos carros correndo muito e não sei prá quê tanto. Para muitos pura palhaçada. Estranho mesmo é querer rotular tudo que não gostamos e de estar fora da ordem: que tudo não passa de uma grande palhaçada.
Que inventemos outras palavras, mas, palhaçada não.
Acho que tudo que vem dos palhaços não vai nunca deixa
r de ser interessante, mesmo quando os palhaços fazem questão de fazerem palhaçadas montados numas bicicletas pequenininhas num picadeiro qualquer. A maioria das esposas dos palhaços fazem questão de dizer que eles são muito sem graça. Eles gostam de circo - torada- parque infantil.
Mas não era circo nenhum - era um parque, era tudo um grande parque e a cidade inteira pela frente não sabia por onde começar. Ela adora e eu também daquelas maçãs do
amor, um vermelho bonito feito com calda de rapadura, adocicadas, com um palito no meio. Achamos ser românticas... Mas toda as vezes que acabam os assuntos volto a falar das bicicletas.
Era uma bicicleta que provocava inveja em quem não tinha bicicleta e aquele espaço absurdo e aquele céu absurdo de lindo que fazia qualquer um pensar...
É tudo mais ou menos triste quando caía em si ou quando caía num mendigo que nem sapato tinha - quanto mais qualquer outra coisa a não ser pedir esmola.
E ele viu o senhor tentando fazer gracinha, tocando sanfona na rodoviária com a sua senhora ao lado e um garoto vendendo chicletes, óculos roubados. Na mesma hora vendia o corpo da garota de programa para levantar uns trocados para comprar cigarro e comprar cerveja e comprar pastel. Pediu para dar uma voltinha rápida na bicicleta. Ela mais uma vez não deixou com medo dele sumir de novo e dessa vez sumir prá sempre e para muito longe daqui.
E o certo é que choravam por dentro. Porque n
ão tinha nada com eles... Porque não tinha um por que, e mesmo assim, o porque não tinha. E como o porquê não tinha nada a fazer a não ser andar de bicicleta sem pretensão alguma.
Ele só gostava de passear de bicicleta em lugares estranhos e umas idéias ainda mais estranhas.
_Não sei o por que ele morria de ciúme do primo bonito da família e el
a também morria de ciúme do mesmo primo bonitão da família. Eles brigavam o tempo todo por isso.
Quando ela não estava passeando de bicicleta com o namorado, estava sim, pensando em passear de bicicleta com o primo dele de criação. Um ver
dadeiro triângulo amoroso envolvendo as bicicletas que não tinham nada haver com o nada dessa história estranha.
Seria muito melhor que tivessem deixado a bicicleta em casa.
Seria bom para quase todo mundo. Nesse mundo de meu Deus o que não faltam são as pessoas estranhas, esquizitas, e principalmente gente estranha montados em bicicletas. Todas as pessoas que gostam muito das bicicletas são meio estranhas, para não dizer esquizitas demais, ás vezes , esquizitas até demais...

O problema é deles e ninguém tem nada haver com isso, pelo menos por enquanto:


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